Tuesday, July 31, 2007

viola...por.do.sol... virá a lua?


A lua...Como ao som duma voz jazzy, que imaginei: o inicio: a lua é convite à inclinaçao do meu ombro. Quente, como a voz imaginada, a pele torrada, que reflecte o luar, e o vinho que como a voz e a pele emana um calor que me tranquiliza...
Uma guitarra e uma voz que nao posso esquecer...ai!os trovadores! o verniz da guitarra reflectia o luar que me encandeou: e foi o inicio. recordo a textura da boca...
Azul!
Acordes perfeitos encantaram... perfeiçao na forma e no toque... longe a mente, o pensar no conteudo... descosturei o novelo da minha mente e cozi o meu corpo ao prazer de mais uma noite de importancia incognita.
Ela uma vez...Eu uma vez... como mulher, como aquela que inventa principes que nao aparecem e morre compulsivamente... Como a voz jazzy, passei dum blues chorado para um countrie trauteado... reinventei.me numa historia de noites sem final feliz...mas curiosamente feliz......
Hoje penso mais...demais...amanha nao pensarei...e hoje apetece-me um vinho que me leve um palpitar estranho e me traga o prazer que nao sinto na pele..mas só tenho cerveja.
bebo cerveja. sozinha. tragos de frescura para um corpo que queria calor.
Rodo um cigarro entre os dedos e recordo o dedilhar perfeito duma mao de que gosto.
Larguei as lagrimas no rastilho do corpo... largaste algumas tambem...soube como sao as tuas lagrimas escondidas: lindas!... as minhas tambem se esconderam...enguluas na cerveja; bebo porque elas nao saiem...
Um principe espera-me...mas eu prefiro o homem das facas...de olhar matreiro e desaparecimento constante. Nao quero ser princeza.
Hoje nao acredito na ocupaçao do mundo pelas rosas de princezas mas pelas penas... penas de edredon, penas de prazer, e penas das outras...penas na cama, das dos passaros que voam e dos patos que nao voam, como eu esta noite...
Raptava-te. vendias uma faca mal afiada para poder pedir a esses olhos que acho estranhos na sua forma semi-cerrada de quem tem medo das faiscas vindas de facas afiadas... canta para mim esta noite...? nao raptei. nao pedi.nao cantou...mas como sempre fez, afinou cordas antigas para que nao esqueça o acorde perfeito, deixando por descobrir as notas que tocou naquela noite...talvez seja este o efeito do vinho...talvez tenha sido só imaginaçao...naquela noite tocou de olhos fechados..agora, nao se sabe se ainda se lembra das notas para as voltar a tocar...
Tao tocada como as notas...
Viola, trovador. Viola, violador.
Sensaçao agridoce...Tom desafinado.hoje sim, amanha definitivamente nao, depois talvez... O que é amanha? o que é depois?...ontem, sempre mais doce que agreste... hoje mais agreste.sem picos... selvagem...de volta ao inicio:a lua, o ombro, uma sensaçao por desbravar... nao te conheço. nao quero saber. mas a lua nos teus olhos nao esqueco.
Azul. Dum livro azul sai um poema, sai uma cançao, sobre "o teu azul" como "os azuis da minha vida", o azul do mar que te tocou e fez feliz para depois o tocares tu na tua viola, sobre o azul da lua que guarda historias tao quentes que o suor apagou as letras, sobre o azul que roubaste ao meu braço acrescentando outros tons azulados às falezias. Um livro de historias agora escritas a azul...para abrir e fechar quando quiser, só para lembrar ou para nao esquecer... guardo ainda um livro branco, que vai abrindo...
Nao quero ser princeza. Sou bibliotecaria. Colecciono historias. Arrumo-as... desarrumo-as...
(risos) Sou actriz! Vivo historias que nao existem!
acabou-se a cerveja.(risos)

0 Comments:

Post a Comment

<< Home